Sistema Aquífero Grande Amazônia – SAGA

Anderson Lages

Por Dr. Anderson Lages

Você já ouviu falar sobre o Sistema Aquífero Grande Amazônia – o SAGA?

Pois bem, se você mora na Amazônia, possivelmente você está assentado sobre o Sistema Aquífero Grande Amazônia, conhecido por muito como aquífero Alter do Chão. Trata-se do maior aquífero de água doce do planeta. Estima-se que as reservas do SAGA tenham incríveis 152 mil quilômetros cúbicos de água, em uma área de aproximadamente 1.305.000 km2. Esses valores indicam que o SAGA poderia abastecer o planeta por algumas centenas de anos, se toda água doce do planeta acabasse. Para se ter uma ideia, esses números são cerca de cinco vezes maiores que os dados que se tem do aquífero Guarani.

O tamanho do SAGA

Acreditou-se durante algumas décadas que o aquífero Guarani, localizado no sul do Brasil, fosse o maior do país. Contudo, pesquisas mostram que o SAGA começa na região do Marajó e se estende no sentido leste – oeste em direção ao Estado do Acre. Nesse contexto, engloba as bacias sedimentares do Marajó, do Amazonas, do Solimões e do Acre, incorporando características geoquímicas próprias das regiões em suas águas.

Em Manaus, por exemplo, as águas do SAGA são ácidas e pouco condutivas. Dessa forma, os valores de pH que variam em média entre 5,0 e 5,5 e condutividade elétrica de máximo 20 µS cm-1. Ou seja, suas águas tem baixa mineralização, resultado do processo extenso de lixiviação já ocorrido nessas rochas. Entretanto, a expansão desordenada e sem planejamento que ocorre na Amazônia, sobretudo, em Manaus, a afeta o SAGA. Dessa forma, o SAGA já demonstra alguns sinais de vulnerabilidade à pressão urbana.

A exploração desorganizada do SAGA

Sabe-se que com a expansão desorganizada dos grandes centros da Amazônia, nem todos puderam ter acesso à água tratada de forma rápida. A solução encontrada por muitas comunidades foi a escavação de poços, muitas vezes sem critérios técnicos. Isso desencadeou uma avalanche de perfurações de poços irregulares, o que trouxe muitas mazelas. Por exemplo: contaminação dos poços, do lençol freático e promoção de doenças em muitos, principalmente crianças.

Sem dúvida, o principal problema das escavações irregulares de poços é a baixa profundidade. Normalmente, essas “cacimbas” têm profundidades entre 6 e 15 metros. Assim, nessa profundidade as águas são vulneráveis à infiltração de fossas sépticas ou resíduos industriais, ou mesmo domésticos. Assim, essa atividade compromete seriamente a qualidade das águas. Dentre esses contaminantes, existem os persistentes nitrogenados, que são materiais inorgânicos provenientes da decomposição de fezes.

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